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O correio era de vários tipos na civilização islâmica, todos eles refletiam o desenvolvimento e organização alcançados pela civilização islâmica.
Os tipos de correios e sua significância na civilização islâmica:
O correio era de vários tipos na civilização islâmica, todos eles refletiam o desenvolvimento e organização alcançados pela civilização islâmica, e podemos observar isso nas seguintes divisões:
1 - Correio terrestre:
O meio terrestre tinha homens que eram chamados Fuyiuj[1] ou mensageiros, que são homens acostumados a correr e ter paciência em caminhadas. Os muçulmanos também utilizavam animais para transportar as mensagens em larga escala, especialmente as mulas. As estações foram implantadas nas estradas entre as cidades das regiões das regiões islâmicas, onde os animais dos correios eram cuidados, garantindo seu conforto e alimentação e substituindo-os quando necessário. Dali, o carregador de mensagens seguia viagem rapidamente para a cidade de destino. Essas estações eram equipadas com vários animais, incluindo mulas, cavalos e camelos. E funcionários que mantém atendimento e serviço aos animais permaneciam ali[2]. Eram utilizados para esse efeito os melhores tipos de cavalos, conhecidos como “al khail al Shaharah”, e camelos conhecidos como “al ibil al najb”, que eram mais rápidos que os cavalos e tinham mais paciência para andar[3].
Como essas estações se estendiam por longas distâncias, e sendo difícil para a mula penetrar na areia do deserto em suas longas distâncias, onde há escassez de água, estas estações eram estabelecidas em terras onde freqüentemente existe água, e estão disponíveis poços, e em lugares seguros e com pouca areia[4].
Os barcos também eram usados. Al Hassan ibn Abdullah disse: Se a região é marítima, o entregador possuía barcos leves e rápidos[5], Al Hajjaj ibn Yussuf Al Thaqafi foi o primeiro a colocar embarcações marítimas revestidas com betume e montadas com pregos, além da costuradas e pintadas[6].
Eram utilizados pombos-correio, que carregavam correspondências que eram penduradas a ele, conhecidas como "al hadi"[7].
Os muçulmanos não se abastaram com o avanço que o sistema postal terrestre ou marítimo atingiu na época, mas deram largos passos para a organização do transporte e para a velocidade de chegada, e o pombo-correio era o melhor meio de fazê-lo.
O pombo-correio tinha uma posição especial, era vendido a preços elevados, por isso, as pessoas concorriam em adiquirí-lo, especialmente na cidade de Basra. Ele se tornou um produto comercial para o povo, seu preço chegou a setecentos dinares. Ele foi amplamente utilizado na época do Sultão Nur al-Din Zinki e na época dos Obaidyin (al Fatimyin), chegou a percorrer uma distância de de vôo entre o Cairo e Basra, Cairo e Damasco. Foram construídas torres para os pombos-correio nas estradas, ele se transferia de uma torre a outra, até chegar até a torre que é o destino para onde foi enviado. seu signo. Nas torres de Damasco, eram colocados pombos do Egito, e nas torres do Egito eram colocados pombos de Damasco para a mesma finalidade. Também era um hábito escrever duas mensagens e enviá-las com dois pombos, o segundo pombo era lançado duas horas depois do lançamento do primeiro. Assim, se uma delas se perder ou for morta a outra chega. O pombo não era enviado em tempo chuvoso, nem era enviado antes de ter alimentação completa[8].
O resumo e a concentração eram das características mais importantes das mensagens entregues por pombo-correio, e parece que este tipo de correio era limitado a períodos de guerra, onde as cartas eram escritas num papel leve - denominados cartões ou papel de aves - de forma resumida e com caligrafia precisa, conhecida como “khat al ghubar”(caligrafia de poeira, porque é igual às partículas de poeira), e em uma linguagem parecida com uma cifra. E a carta é anexada sob a asa do pombo para guardá-la da chuva[9]. Esta é uma imagem maravilhosa, com a qual os muçulmanos organizaram uma linha de correios com o uso dos pombos, que não eram menos importantes que a linha a organização em terra ou no mar.
Também havia a correspondência por meio de faróis. Al Qalqashandi disse: “São pontos nos quais é elevado o fogo durante a noite e fumaça durante o dia, às vezes, nos topos das montanhas, às vezes em edifícios elevados. Suas posições são conhecidas pela maioria dos viajantes, e estão espalhados desde as fronteiras, como Ilbirah e Al Rahabah, até o palácio no Castelo do Sultão. Quando há uma nova notícia no Eufrates, se ocorre de manhã ficam cientes de noite, e se ocorre de noite ficam cientes de manhã. O aumento do fogo ou fumaça, também são provas para conhecer as diferentes situações de vista do inimigo e da pessoa informante, dada a divergência, às vezes em número, e às vezes em outros assuntos[10].
Estes faróis eram estabelecidos ao longo da costa e cumpriam o papel de segurança e alerta para o perigo dos inimigos por via marítima, por meio de sinais luminosos sobre os quais os farolistas combinam para a transmissão da notícia. Se descobrem um inimigo no mar, vindo de longe, acendem o fogo no topo dos faróis se for de noite, e se for durante o dia, levantam a fumaça. Sobre isso, dizia-se: A mensagem de luz chegava de Tânja, no Marrocos, até Alexandria em uma noite, como uma indicação do uso de sinais de luz nas mensagens rápidas entre as guarnições através dos minaretes das mesquitas nas ligações costeiras, especialmente na costa da África tunisiana. A mais famosa ligação era Al Monastir[11] na cidade de Sousse[12].
Al Qalqashandi escreveu um capítulo sobre os faróis, dizendo: "Quem os organizou neste reino pela primeira vez, teve uma sabedoria de rei que não é comparada a nenhum valor, ele progrediu e chegou ao objetivo máximo na velocidade de transmissão das notícias, de modo que o correio possui uma velocidade de transmissão, jamais existente com outro além dele. O pombo traz a notícia mais rápido que o correio, e os faróis trazem a notícia mais rápido que o pombo, e isso, sem contar a publicação da notícia no Eufrates, no Egito, numa distância de um dia e uma noite "[13].
Em face do exposto, é evidente que o sistema de correio e de comunicação na civilização islâmica foi um sistema preciso e desenvolvido para atender o potencial e as circunstâncias de sua época, ligava o Estado ao seu líder, e informava-o de todas as novidades à primeira mão. Enquanto os países europeus só chegaram a isso depois de muitos séculos.
[2] Al Qalqashandi: Subh Al A’sha 14/377, Jawad Ali: O detalhado sobre a história dos árabes antes do Islam, 9 / 320.
[3] Kamal Ismail Anani: Estudos na história dos sistemas Islâmicos p 106.
[4] Jawad Ali: O detalhado sobre a história dos árabes antes do Islam, 9 / 320, 321.
[5] Hassan ibn Abdullah: A influência dos primeiros na ordenação dos países, p 89, citando Muhammad Dhaifullah: a civilização islâmica, p 198.
[6] Al Jahidh: Al Baian wal Tabiyn, p 364.
[7] Muhammad Dhaifullah: a civilização islâmica, p 198.
[8] Ver: Muhammad Dhaifullah: a civilização islâmica, p 198, 199, e Abu Zayd Shalabi: História da Civilização Islâmica e Pensamento Islâmico, p 146.
[9] Ver: Kamal Anani Ismail: Estudos sobre a história dos sistemas islâmicos, p 107, 108.
[10] Al Qalqashandi: Subh Al A’sha 14/445.
[11] A cidade de Monastir fica a 30 quilômetros ao sul da cidade de Sousse.
[12] Ver: Saad Zaghloul: Estudos em História da Civilização Islâmica, p 480 481, e Kamal Anani Ismail: Estudos na história dos sistemas islâmica, p 108.
[13] Al Qalqashandi: Subh Al A’sha 14/447.
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