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Al Jaish (exército) é um termo que se refere a tropa, bem como o grupo de pessoas na guerra. Também é dito Al Jaysh refere-se aos soldados que dirigem uma guerra ou outros assuntos
Al Jaish (exército) é um termo que se refere a tropa, bem como o grupo de pessoas na guerra. Também é dito Al Jaysh refere-se aos soldados que dirigem uma guerra ou outros assuntos[1]. Assim como outros órgãos do Estado Islâmico, o Exército começou modestamente, e depois cresceu rapidamente até atingir um estágio avançado, com seu próprio sistema.
Na verdade, os árabes antes do Islam não tinham um sistema específico para os soldados, porque eles eram nômades. Cada homem capaz de carregar armas saia para o combate, quando era necessário, em defesa do clã e da tribo. Suas armas incluiam espada, lança e arco. E eram comandados por um de seuss líderes que tinham experiência em guerras e era conhecido por sua corajem. O comandante do exército era muitas vezes o chefe da tribo[2].
Quando o Islam chegou, e os muçulmanos foram autorizados a combater e proclamar o jihad pela causa de Deus, todo muçulmano era um soldado. Seu amor pela religião o motivava a realizar o jihad e a se tornar mártir pela causa de Deus[3].
O Mensageiro (a paz esteja com ele) foi o comandante supremo do exército muçulmano. Após sua morte, a situação se desenvolveu, os campos de batalha aumentaram e os exércitos muçulmanos se distribuíram em locais diferentes, tornando difícil para o califa liderar o exército pessoalmente. Por isso, ele atribuiu a tarefa do comando do exército a alguém que fosse competente e conhecido por sua bravura, socorro, coragem, firmeza e bom planejamento. A obediência era obrigatória para os comandantes, que costumava se apresentar aos soldados antes de lutar contra o inimigo, a fim de certificarem-se sobre a sua preparação e equipamento, assim como o Profeta (a paz esteja com ele) fazia. Uma vez que a luta tivesse fim, a tarefa do comandante era observar as condições de seu pessoal e seus exercícios e fim de melhorar e aumentar os seus equipamentos[4].
'Umar ibn al-Khattab (que Allah esteja satisfeito com ele) se preocupou com a questão dos soldados. Ele estabeleceu uma repartição exclusiva para supervisionar os seus variados assuntos, como seus nomes, descrições, carreiras e sustentos. Quando as conquistas islâmicas se expandiram, os despojos de guerra aumentaram, as condições melhoraram para os muçulmanos, e muitos deles se estabeleceram nas cidades, 'Umar (que Allah esteja satisfeito com ele) temeu que parte deles relaxasse, desistisse de lutar, e se preocupasse em acumular fortuna. Então, os dirigiu para o jihad, estipulando salários para eles e suas famílias. E quem, dentre os soldados, se atrasava para o jihad sem uma desculpa, era insultado e afrontado de forma a dissuadir os outros de fazerem o mesmo.
'Umar (que Allah esteja satisfeito com ele) também estabeleceu fortes e acampamentos permanentes para o conforto dos soldados após caminharem longas distâncias no caminho para o inimigo. Novas cidades foram construídas, como Basra, Kufa e Fustat, para o descanço dos soldados e para repelir qualquer ofensiva dos inimigos.
O omíadas concluíram o que 'Umar (que Allah esteja satisfeito com ele) iniciou de serviços para o exército. Eles organizaram o cargo de soldados e deram atenção para o desenvolvimento do exército. Quando os assuntos do Estado se firmaram finalmente, quando muitos muçulmanos se aposentaram da participação no jihad e na guerra, o califa omíada `Abdul-Malik ibn Marwan introduziu o sistema de recrutamento militar obrigatório[5].
Os muçulmanos também estabeleceram tradições militares e criaram uma série de artes militares. Os árabes na época pré-islâmica não conheciam um sistema definido de guerra, mas eles confiaram na técnica de “bater e correr” ou “atacar e defender”. Com o advento do Islam e quando os versos do Alcorão [Por certo, Allah ama os que combatem em Seu caminho, em fileira, como se fossem edificações ligadas por chumbo] (Al-Saff 4) foram revelados, os muçulmanos organizaram os seus exércitos, especialmente quando o movimento de conquistas se expandiu e os exércitos muçulmanos lutaram contra exércitos de uma longa história de planejamento e organização, como os persas e os romanos.
Os muçulmanos desenvolveram uma técnica na organização de suas linhas de combate conhecida como “Karadis”, ou seja, batalhões ou unidades. Segundo este sistema, o exército é dividido em cinco unidades principais unidade de primeira linha, a unidade da direita, unidade da esquerda, a unidade central e a unidade de retaguarda[6].
As batalhas de Yarmuk, Qadisiyah e Ajnadyn são consideradas entre as batalhas que são um exemplo de mobilização e de comando dos exércitos. Os aliados na I Guerra Mundial seguiram o exemplo de Khalid ibn al-Walid (que Allah esteja satisfeito com ele) na batalha de Yarmuk em termos de unificação do comando e escolha do local mais adequado para a batalha[7].
O Estado fornecia os soldados com o que eles precisavam de armas e suprimentos. O exército consistia de cavalaria e andantes e tinha vários tipos de armas, tais como armas leves individuais, como espadas, lanças, arcos e flechas de todos os tipos, e armas pesadas, como catapultas e tanques onde os lutadores se abrigavam. Havia também armas de proteção do corpo dos ataques inimigos, tais como capacetes, armaduras e escudos. Havia também as armas químicas, os muçulmanos se destacaram no uso do fogo grego e o desenvolveram, descobriram materiais cáusticos e explosivos. Sendo que os cavalos eram uma arma importante no exército islâmico, os muçulmanos se esforçaram na educação e treinamento de cavalos, bem como cuidaram de sua proteção durante as guerras, vestindo-os com escudos chamados “Tajafif”, que cobriam o seu corpo e os protegia dos ataques[8].
Os muçulmanos também usaram, desde a época do Profeta (a paz esteja com ele), os tanques (um dispositivo militar chamado Dabbabah) para violar e destruir as fortificações. Em al-Bidayah wa al-Nihayah (O Princípio e o Fim), Ibn Kathir afirmou que alguns dos companheiros do Profeta (a paz esteja com ele) se entraram debaixo de um tanque e depois marcharam para queimar o muro do povo de Taif ...[9]
O omíadas fabricaram as catapultas (minjaniq, pl majaniq). Al-Hajjaj ibn Yusuf al-Thaqafy conseguiu fazer uma catapulta chamada “al-`Arus”, que precisou de quinhentos homens em seu serviço. Ele entregou um número destas catapultas para seu primo e comandante Mujahid Muhammad ibn al-Qasim al-Thaqafy[10], que os usou na conquista da cidade de Daibul (Karachi) em 89 dH, e diversas outras cidades do Vale de Sind[11].
O exército muçulmano desenvolveu uma um agrupamento chamado Naffatah (ou seja, unidade de lançadores de nafta); são aqueles que usam matéria inflamável na guerra lançando-o de cima da montaria, ou aqueles que enchem garrafas com nafta e as joga contra o inimigo. Essa unidade era comum da época abássida e foi amplamente usada contra os cruzados. Ibn Kathir indicada nos eventos de 586 dH que o califa abássida al-Nasir Lidinillah (falecido em 622 dH), enviou ao comandante Saladino (a misericórdia de Deus esteja sobre ele) cargas de nafta e lanças, bem como a atiradores de nafta e homens escavadores, todos eles extremamente habilidosos em seus ofícios [12].
Vale ressaltar que o exército muçulmano foi o primeiro a usar a pólvora. Os muçulmanos conheceram este artefato antes dos ocidentais, ao contrário do que é alegado por alguns orientalistas, que afirmam que os europeus a usaram em suas guerras e a conheceram antes dos muçulmanos. Foi usada pela primeira vez no Egito, graças à disponibilidade de nitrito em abundância no Egito. Al-Maqrizy mencionou nos eventos do ano 727 dH que a pólvora tinha sido utilizada em conjunto com nafta no casamento da filha do sultão do Egito, al-Nasir Muhammad ibn Qalawun, dizendo Qijlis fez uma torre de pólvora e de nafta no Cidadela.[13] Parece que os muçulmanos conheciam a pólvora muito antes desta data. Ibn Khaldun citou que os marinidas no Marrocos a utilizaram em suas guerras, especialmente na conquista de Sijilmassa. Ibn Khaldun, disse que o Sultão Ya`qub ibn Abdul-Haqq criou na cidade um canhão de disparo de nafta, que atira balas de ferro de uma câmara na frente do fogo de pólvora de uma maneira incrível, graças ao poder de seu Criador![14] Este incidente foi de 672 dH, o que demonstra que os muçulmanos usaram canhões em suas guerras, de acordo com Ibn Khaldun, desde o século sétimo hijri. Eles usaram bombas de ferro que eram emitidos por força da pólvora. Por causa dessa força, Ibn Khaldun exclamou em sua descrição anterior.
Os mamelucos utilizaram canhões em larga escala em suas guerras. Eles desenvolveram vários tipos de canhões, grandes e pequenos. Em seu livro Subh al-`Asha, al-Qalqashandy descreve os canhões de pólvora, dizendo Eles são canhões do qual se atira com nafta. São de diferentes tipos, algumas atiram flechas de fogo enorme que podem perfurar pedras com as pelotas, e algumas outras bombas de incêndio de ferro pesando entre 10 e 100 libras egípcias. Durante a época da Dinastia Ashrafiyyah quando o emir Salah al-Din ibn `Arram (que Allah tenha misericórdia dele) era o governador de Alexandria, vi um canhão feito de cobre e chumbo e com pés fixos de ferro, foi atirado dele uma pelota enorme de ferro aquecido, e cobriu uma distância muito grande até cair no mar de al-Silsilah.[15] A partir do relato acima mencionado, acreditamos que existem dois tipos de canhões, um tipo que joga um grande número de flechas, com rapidez e bastante força, e outro tipo que joga pelotas de ferro quente. Ambos os tipos lançam o seu projétil com altíssima velocidade e a uma distância longa. Al-Qalqashandy assistiu isso por volta de 775 dH, o que demonstra a primazia dos muçulmanos na inovação de dispositivos de guerra desde muito cedo.
Ao longo da civilização islâmica, ninguém pode negar o histórico de vitórias dos muçulmanos sobre outras forças, que ultrapassaram os muçulmanos em número e equipamentos em várias guerras decisivas. Isso reflete a qualidade e a natureza do exército na civilização islâmica, em termos de organização científica estudada, planejamento inteligente, preparação permanente e equipamentos militares inovadores e convenientes com diferentes fases.
[1] Ibn Manzhur Lisan al-Arab »dicionário, 6 277.
[2] Abu Zaid Shalabi Tarikh al-Hadarah al-Islamiya wa al-Fikr al-Islami (História da Civilização Islâmica e Pensamento Islâmico), p 150.
[3] Idem, mesma página.
[4] Abu Zaid Shalabi Idem, p 153.
[5] Idem, p 150, 151.
[6] Kamal Anani Ismail Dirasat fi Tarikh al-Nuzhum al-Islamiya (Estudos na História dos Sistemas Islâmicos), p 167.
[7] Abu Zaid Shalabi Idem, p 159.
[8] Ver Kamal Anani Isma`il Idem, p 172-177
[9] Ibn Kathir Al-Bidayah wa al-Nihayah (O Princípio e o Fim), 4 399.
[10] Muhammad ibn al-Qasim ibn Muhammad ibn al-Hakam ibn Abu `Aqil al-Thaqafi (62-98 dH681-717 dC), o conquistador de Sind e propagador do Islam. Veja al-Zirikly, al- A lam, 6 334.
[11] Khalil Abu Shawky al-Hadarah al-Islamiya al-`Arabiyyah (Civilização árabe-islâmica), p 362.
[12] Ibn Kathir Idem, 12409.
[13] Al-Maqrizy al-Suluk Li ma’arifat Duwal al-Muluk, 3 101.
[14] Ibn Khaldun Al-Ibar wa Diwan al Mubtada' wa al Khabar, 7 188.
[15] Al-Qalqashandy Subh al-A’sha, 2 153.
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